Comemorações do 44.º Aniversário do 25 de Abril: Concerto - Ronda dos Quatro Caminhos com Quarteto de Cordas Ornatum e Cantares de Évora

 

 

Recreios da Amadora 24 abril | 21h30

 

A música tradicional portuguesa regressa aos Recreios da Amadora através do grupo Ronda dos Quatro Caminhos com o Quarteto de Cordas Ornatum e os Cantares de Évora, para um concerto memorável, no próximo dia 24 de abril, às 21h30.

 

Esta iniciativa está inserida no programa das comemorações do 44.º Aniversário do 25 de Abril, no município da Amadora.

 

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Sinopse 

 

«Raiava o novo século, e de parceria com o Grupo Cantares de Évora e a Orquestra do Conservatório Regional de Évora, apresentámos um primeiro concerto em que juntámos o Cante da Planície a uma Orquestra Clássica. Após o concerto, partimos para a conceção do disco Terra de Abrigo, e estávamos longe de imaginar que o projeto ganharia a dimensão artística e humana que se instalou no nosso e no coração de tantas e tantas pessoas.

 

Logo se tornou evidente que o trabalho precisava de ser alargado não só a todo o Alentejo, mas também às terras vizinhas da Andaluzia e do Magreb, que com o Cante têm uma relação secular, bem como às várias maneiras de cantar dos diferentes grupos.

 

Sobre o Cante, e a relação utópica com uma Orquestra, escrevemos na altura: “ Da terra nasceu o canto de todos os homens. Da terra nasceu também a música que a todos alimenta. Outros rumos levaram outras melodias. Palácios e eiras, salas de concerto e campos de lavoura. Nas memórias se perdeu o que hoje só se perde se assim quisermos. Violinos encantaram reis, imperadores, presidentes. O canto da planície calou mágoas, clamou trigos, arrojou esperanças. Hoje a terra não se quer mais amada de costas curvadas de sol a sol. Brada o chão por cultura, engenho e arte que o enobreça e desafie, e não nunca mais por mãos nuas para castigar. Portanto a terra é outra.

Os homens e os tempos também. E a tradição será seguramente o que decidirmos fazer com o nosso destino. Sobretudo, se honrar soubermos o nosso passado.”

 

E sobre as fronteiras do Alentejo, da sua cultura, música e poesia, escrevemos também: “ Em Alcácer começava a descoberta dos sonhos e do olhar do maltês. Ao sul, S. Pedro de Sólis e Gomes Aires anunciavam as terras mais altas onde crescem os medronheiros e o Algarve. Do cimo da Serra do Caldeirão não se vê a Arábia, mas sente-se, logo aqui, além onde é o horizonte. De Odeceixe à Comporta o mar era quase todo para os lisboetas. Nas falésias do Almograve namoravam-se as raparigas, no Pomarão conspirava se a mudança do mundo. Na raia, a vila de Barrancos, solitária e firme, era referência de peregrinação obrigatória. Ao norte o Alentejo acabava quando acabasse. Para lá do Chança e do Guadiana, as terras da Andaluzia, sob o olhar tranquilo de Noudar e do voo sem fronteiras do Açor.”

 

A verdade é que ainda no tempo que é o nosso, trabalhava-se a terra com as mãos e cantava-se. Cantava quem trabalhava, e trabalhava toda a gente. Homens e mulheres, novos e velhos. Na taberna cantavam os homens, as mulheres estavam em casa.

Semeava-se o pão, que ironicamente faltava na mesa. Uns ficaram e outros não, mas os que partiram levaram as Modas na alma, tanto se cantava na planície como nos arredores suburbanos de Lisboa ou do outro lado do Atlântico. E também se cantava nas serras que a planície tem.

 

O CD Terra de Abrigo foi gravado com a Orquestra Sinfónica de Córdoba e vários Coros do Alentejo, e tem-se materializado ao vivo, em Concerto, com a Orquestra Sinfonieta de Lisboa, o Quarteto Ornatum e com o Grupo Cantares de Évora.

 

É portanto um Concerto que junta o Cante da Planície à harmonia clássica de um Quarteto de Cordas, e que começando no Sul parte depois em visita pelo nosso Cancioneiro Tradicional. 

 

E se a música corre nas veias desta rapaziada do Sul, porque não ousamos convidá-los a connosco cantar uma canção de terreiro da Beira-Baixa ou uma melopeia de Trás-os-Montes ou uma canção valseada dos Açores? Este será o Concerto apresentado no dia 24 de Abril na Amadora, em que a Alma do Cante Alentejano nos ajudará a ouvir a Alma de outras canções de outras regiões.»

 

Ronda dos Quatro Caminhos

 

 

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