Natacha Gachnang é suíça e é a única mulher a competir no novel campeonato FIA Fórmula 2 que, no final, atribuirá super-licenças aos melhores classificados e permitirá ao vencedor testar um Williams F1.
A jovem (21 anos) piloto deu uma entrevista exclusiva ao nosso site que a seguir reproduzimos.
- Quando é que se tornou piloto?
- Com catorze anos de idade, na Formula Ford, em Lédenon, França.
- O que é que se lembra da sua primeira competição automóvel?
- Eu tinha cinco anos, quando participei no primeiro treino de Go Kart. Era, apenas, um hobbie e um prazer.
- Fale-nos um pouco da sua carreira.
- Comecei nas provas de Go Kart, com oito anos de idade e participei nas categorias Mini, Super Mini, Junior e ICA.
Em 2001, fui campeã suiça, terceira no campeonato francês e quinta no campeonato europeu.
Aos catorze anos, comecei na Fórmula BMW, onde estive durante três anos.
Passei pela Fórmula 3 (Alemanha) e Fórmula Mazda (EUA).
Em 2008, corri no campeonato espanhol, onde fiquei em terceiro, tendo vencido a “Copa” (destinada a carros antigos).
Este ano, estou na Fórmula 2.
- Ser piloto de Fórmula 1 era um sonho seu de infância?
- Sim, desde que comecei a conseguir bons resultados no Go Kart, quis estar nas corridas de Fórmulas, com o objectivo de, um dia, competir na Fórmula 1.
- O que é que espera para esta primeira temporada na Fórmula 2?
- O campeonato de Fórmula 2 tem muitos bons pilotos.
Se tiveres um bom “setup”, consegues obter bons resultados.
A diferença entre os pilotos é muito pequena e tens de estar sempre no top.
No final, espero obter um lugar entre os cinco primeiros.
- E participa noutros campeonatos?
- A F2 é um bom campeonato e não é muito cara.
O GP2 seria muito bom, mas, é demasiado caro.
Além da F2, também estou no Radical European Master (Protótipos), de corridas de endurance, onde participo com outra jovem piloto da Colômbia e também vou participar na Fórmula Le Mans, em Le Mans.
- Para si, ser mulher-piloto num “mundo de homens” é uma vantagem ou uma desvantagem?
- Se conseguimos bons resultados, os homens pensam que foi sorte.
Se não conseguimos, é normal porque somos mulheres.
Há muito poucas pessoas a acreditar nas mulheres-piloto e temos que lutar contra verdadeiros “muros”.
- Quais são as reacções das pessoas, quando vêem uma rapariga no cockpit de um carro de corridas?
- Surpresa!
- Fisicamente, pensa que está em desvantagem, relativamente aos pilotos masculinos?
- Não, de acordo com um estudo da NASA, as mulheres conseguem suportar ainda mais “G's” do que os homens.
Por isso, é mais uma questão de preparação física, com o objectivo de ser mais resistente e ter mais poder.
- Quantas horas diárias treina e quais são as suas principais preocupações com a sua alimentação?
- Tenho um programa semanal que varia entre as 12 e as 18 horas, de acordo com a intensidade da semana.
- O que é necessário para um piloto entrar na Fórmula 1?
- Necessita de alguém que acredite que ele pode ser um piloto de Fórmula 1 e que seja capaz de encontrar o dinheiro necessário para o conseguir.
- Qual a mensagem que quer deixar aos cibernautas que lêem esta entrevista?
- Façam o que gostam da melhor forma que saibam.