Eugénio Bernardes


 
Eugénio Bernardes uma das mais relíquias das Lutas, concede os mais diversos serviços à modalidade há 5 décadas, todos sem paragens e sempre como um espírito de inter-ajuda e respeitabilidade. Começou como manda a lei, em cima do tapete como Wrestler, seguindo da cadeira como Treinador de uma instituição com grande história em Lisboa e nas Lutas, o Ateneu Comercial de Lisboa. Passou ainda pelos papéis como Dirigente Desportivo, mas na actualidade e como a maioria o conhece, com a sua elegância de Fato e Gravata Amarela e com o seu estrondoso apito. Considerado por muitos, um excelente Árbitro e por outros, um bom humorista, Eugénio Bernardes concedeu-nos esta Entrevista que irá ler dentro de momentos.

Como e onde iniciou a modalidade? O que o levou a optar pela modalidade?
 
Um Primo frequentava o Ateneu Comercial de Lisboa (AC Lisboa) e um dia decidi ir ver um treino, na altura tinha 7 anos de idade, uma idade boa para começar, gostei do que vi, entretanto passei lá mais de 43 anos.

Quais foram os seus desempenhos relevantes como Wrestler?
 
Considero que toda a minha carreira foi relevante, pois levava e ainda levo a modalidade muito a sério, por isso não quero destacar nada de relevante.

Que cargos desempenhou nas Lutas?
 
Comecei como Wrestler, seguiu-se o de Treinador de 1º grau, de 2º grau e 3º grau, agora sou Árbitro.

Como foi o seu percurso como Treinador?

Considero que o meu percurso de Treinador foi um êxito, pois tive o prazer de fazer vários Campeões, alguns a Nível Nacional e Internacional e destaco um Wrestler que teve todo o mérito e foi apurado para os Jogos Olímpicos, refiro-me ao Luís Fontes.

Como ex-Treinador que Wrestlers descreve como sendo os melhores?
 
Na minha opinião Wrestlers com o espírito de Hugo Passos, Luís Fontes, entre outros, são os melhores.

Um dia acordou e lembrou-se “quero ser Árbitro” conte o que o levou para essa área?
 
A minha carreira como Treinador estava a chegar ao fim, o AC Lisboa estava num ponto de ruptura, não havia condições para treinar e os atletas escasseavam, entretanto fui convidado pela Comissão Nacional de Arbitragem na década de 90, não sei precisar a exactidão da data, mas faziam parte dela, o Mariano Pedro, o Marcolino Ramos e o João Costa.

Qual o facto de nunca ter chegado a Árbitro Internacional?
 
O facto de não ter chegado a Árbitro Internacional, prende-se não só com a idade, mas também com uma maior disponibilidade que eu não tenho.

Acha que a Comissão Nacional de Arbitragem, está a trabalhar de um modo correcto?
 
A Comissão Nacional de Arbitragem, pode não estar a funcionar de um modo que agrade a todos, mas age do modo mais correcto, tendo em conta as mais variadas situações.

No seu ver, existe bons Árbitros em Portugal? O que é preciso para se ser um bom Árbitro?
 
Acho que temos bons Árbitros, direi até, com muita qualidade. O que é preciso para ser um bom Árbitro é muita dedicação e muita disponibilidade.

Que Torneio Nacional que lhe dá mais gozo arbitrar? Porque?
 
Todos os Torneios Nacionais me dão gozo de arbitrar, pois gosto muito da modalidade, mas os que me dão mais prazer de arbitrar, são os Internacionais, pois é nestes que concluímos, de estarmos há altura dos demais.

O que tem a dizer sobre o Código Deontológico e o Regulamento da Carreira de Árbitro? Está actual ou precisa de uma reforma?
 
O Código Deontológico e o Regulamento da Carreira de Árbitro, pode não agradar a todos, por outro lado já tem algum tempo, talvez precise de ser reformulado.

Que futuro prevê para a Arbitragem Nacional?
 
O que prevejo para a Arbitragem Nacional é o mesmo que prevejo para a luta, será preciso apostar em novos elementos e nos mais jovens, pois na juventude está o futuro.

Quando se “reformar” da Arbitragem o que poderemos esperar de Eugénio Bernardes?
 
Quando me reformar da arbitragem, espero continuar ao serviço da modalidade, estarei onde for necessário.

Que alegrias e desilusões lhe deu a Luta?
 
A modalidade deu-me muitas alegrias, mas a maior foi quando o meu atleta Luís Fontes, ficou apurado para os Jogos Olímpicos, nesse mesmo sentido senti a maior desilusão, do facto de ele se ter visto a impossibilidade de embarcar.

O nosso Blog neste ano, fez uma votação que consistia em descobrir quem era o "Melhor Wrestler de todos os tempos" dos nossos leitores, quem venceu foi o "seu" atleta Luís Fontes. Para si acha que foi justo ou tem outra opinião diferente?
 
De facto, até fiquei surpreendido com a notícia e contente por um lado, pois não há dúvida que o Luís Fontes foi dos melhores Wrestlers que já tivemos, mas, tenho uma opinião diferente, na actualidade quem mereceria ter tal título, seria sem questões algumas o Hugo Passos.

A Luta é um desporto pouco divulgado a nível nacional, porque é que isso acontece?
 
A Luta em meu ver já foi menos divulgada, mas prende-se também com uma questão muito importante, que é o orçamento que lhe é facultado pelos Órgão Máximos do Desporto e como se diz lá na minha terra, (Não há dinheiro, Não há palhaços)
 
O que deve melhorar na Luta?
 
Algo terá de mudar, mais que não seja a vontade de todos os que nela participam, mais dedicação e mais disponibilidade.

Que acha do projecto do Blog Mundo da Luta Olímpica?
 
Acho que o Blog Mundo da Luta Olímpica é importante, pois divulga a modalidade, mas é também importante, divulgar o Blog.

O que pensa sobre este novo modelo do Wrestling All Star? Quem irá ganhar?
 
Tendo em conta o novo modelo do Wrestling All Star, espero que quem venha a ganhar sejam as Lutas Olímpicas.

Partilhe connosco uma história desta modalidade que a tenha marcado.
 
Marcou-me logo no meu primeiro torneio, um Torneio de Principiantes em Alenquer, em representação do AC Lisboa, em que este se fez representar com vários atletas, pois fui o único a subir ao mais alto do Podium o 1º lugar, logo todos no clube me tratavam como Campeão, recordo também a satisfação daquele que foi o “Mestre dos Mestres”, o nosso querido Álvaro Ferreira dos Santos.

Que última mensagem gostaria de deixar aos leitores desta entrevista?
 
Que participem como até aqui e se possível ainda mais e que a divulguem, pois além de falar em outras modalidades, falem também na nossa.
E agradeço ao Mundo da Luta Olímpica, não só por existirem, como também pelo trabalho que desenvolvem e pela oportunidade de conceder aos leitores participarem no seu enriquecimento, tanto no seu Blog, como no Facebook.


Obrigado Eugénio Bernardes pelo tempo disponibilizado e por ter respondido a estas perguntas de um modo aberto e sincero.

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