Não, não é o titulo de um qualquer “thriller” de produção americana de terceiro escalão e também não é verdade que a semana tenha sido alucinante.
Gostei do titulo e pronto! Mas digam lá que não vos agucei a curiosidade? Touché!!!
Na realidade, é que ando a ficar “enjoado” (nem tomando sais de frutos) com os meus treinos.
Treinar duas a três vezes por semana, depois de um dia de labuta, faça chuva ou sol e ainda por cima sozinho, não é motivador e dá cá uma “preguicite”…(do tipo não te rales)
E tudo isto porquê? Estava eu a dar uma mirada no calendário de provas, quando constato que na semana de 23 a 28, iam decorrer, na minha zona, algumas provas abertas, que têm acontecido pouco na região norte, o que é uma pena.
Plim!!! Num piscar de olhos saltou-me uma ideia luminosa (qual primeiro ministro).
Ora aqui está a terapia ideal!
A oportunidade de substituir aqueles treinos monótonos, por uns bem mais práticos.
Pelo menos não iria ter problemas gástricos.
O plano resumia-se a duas etapas.
Fazer uma viagem rápida no 25 de Abril, a Guimarães, onde o .COM organizava um sprint no Parque Municipal.
E no sábado participar no II Open Vale do Sousa em Cabroelo (nem sabia bem onde ficava), da parte de manhã, indo descontrair à tarde ao Furadouro, no treino do Ori Estarreja.
O projecto era exequível, mas não tinha nada de alucinante, apenas meio louco.
O Open da Liberdade, assim se denominava a prova do Minho, dava para um treininho, apenas com o inconveniente de começar de “madrugada” (9,30).
Para quem tinha de rolar uns 70 km, num feriado (ideal para o sossego), era dose, mas quem corre por gosto…(e como não tinha de estar presente nas comemorações ).
O dia estava um pouco carregado, com uma chuva miudinha, mas nada que afugentasse orientista.
E dai terem comparecido mais de uma centena á chamada.
Uma prova de divulgação, com inscrição gratuita, com uso de SIcard e acesso a “splits”, não se encontra todos os dias (nem nas lojas dos chineses).
Havia ainda a possibilidade de se fazer um rastreio á glicemia (como não gosto de “picas”, passei).
Participei no OPT3, de não sei quantos metros (poucos), com 23 pontos.
Um percurso bem delineado (senti a mão do Carlos Pires), atendendo a que o terreno não era muito técnico, mas meia dúzia de sebes, um curso de água e umas escarpazitas deram o mote para um treino bem agradável.
Por acaso até corri que me fartei (ando com a mania que gosto de sprintes ), os pontos estavam em “su sitio”, mas o resultado final foi de acordo com o tempo, cinzento.
Ao comparar os tempos com os da minha mulher, que só fez mais cinco minutos, fiquei convencido, que por distracção, devo ter feito o percurso “duas vezes”.
Conseguem descurtinar outra razão? Eu também não.
Dando continuidade ao que me tinha proposto, no sábado zarpei para Cabroelo, desta vez sozinho (a minha mulher não se pôde deslocar por afazeres profissionais), um pouco ás cegas, mas a organização começou logo a pontuar, nas indicações que foi colocando na estrada.
Deparei com uma equipa de trabalho impecável, atendendo que a prova contava apenas para o Desporto Escolar, com condições logísticas excelentes,
desde os balneários ao bar e estacionamento.
Esperava que a qualidade continuasse, agora na vertente técnica.
E as minhas expectativas não saíam goradas.
Terreno muito técnico, com bastantes pormenores, de alguma dificuldade fisica, mas para quem, como eu, está necessitado de treinos técnicos como de “pão para a boca”, veio mesmo a calhar.
O percurso tinha mais de quatro quilómetros, o que aliado ao terreno um pouco agreste, ia-me dar “água pela barba”.
Não me chegou á barba, mas aos tornozelos.
Aquele ponto 16 parecia que se tinha “afogado”.
Felizmente sei nadar!
E o raio do ponto 7 que andou a brincar ás escondidas comigo?
Fez-me lembrar o outro “procuro mas não te encontro…”.
Mas estes contratempos não beliscaram em nada aquilo a que me propus.
Só tenho de agradecer ao Cesário, Barbosa e Cª, realizaram uma prova a sério.
E ainda tive direito a abastecimento super (a “marmita” que a minha mulher preparou com tanto “carinho” nem foi necessária ).
Como sou um bom pagador de promessas, tive de me fazer ao caminho, se queria chegar a tempo ao Furadouro.
Ainda deu para esperar que o Diogo Miguel colocasse alguns pontos em falta.
E entretanto alguma malta ia aparecendo.
Um grupo do COC (Leiria) deve ter vindo em peregrinação (às enguias da ria?).
“Ainda há tipos mais apanhados do que eu”.
A orientação provoca estes “distúrbios” benignos.
Tinha de começar de imediato, para não ser vencido pela fadiga que começava a atacar.
A manhã não tinha sido propriamente um passeio.
Decidi iniciar os cinco quilómetros (outra sova) a passo, para ver se as sensações eram boas ou se, pelo contrário, iria atirar a “toalha ao tapete”.
Este mapa era a antítese do da etapa matinal.
O terreno era ideal para imprimir um ritmo certinho, que não é bem o meu forte (será que tenho um?).
Mas a quase total ausência de relevo, piso arenoso, vegetação rasteira e pinhal e mais pinhal, empolgou-me e entrei nas minhas “sete quintas”.
O treino decorreu sem grandes sobressaltos, com excepção do “eclipse” do ponto 12 (no local só restou um prego) e o aparecimento de um cão vadio, no meio da mata, com “dentes de poucos amigos”, que me fez saltar (sprintar!) do ponto 15 para o 17 (não fosse o diabo tecê-las ).
Acabei a arrastar os pés (com duas arreliantes bolhas).
Mas quem me mandou meter nesta loucura?
Volta e meia esqueço-me que já fiz vinte anos.