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Pelo Norte Alentejano - (IV) Crónicas e crónicas

Ai já tinham respirado fundo, pensando que os relatos do NAOM haviam terminado? Pois enganaram-se! Vá lá, encham novamente o peito de ar e aturem-me mais uns parágrafos. E sabem porquê? Tenho de partilhar uns desabafos e vocês foram os felizes contemplados. Que sorte, hem?

O mais provável é que o Norte Alentejano deste ano, vá marcar de forma indelével os anais da “bela istória”. E, contrariando o passado, por meritórias razões.

Jamais me vou esquecer do borrego assado com arroz de açafrão ou os secretos de porco preto na brasa, ou o doce sericaia com a deliciosa ameixa de Elvas…e a sopa de cação? Um manjar dos deuses… Até sinto água na boca. – “Psst…psst!” – “Que foi? Que asneira disse agora?” – “Essa conversa gastronómica não é para aqui chamada, seu glutão. Ias falar do livro…da surpresa do cavalinho…lembras-te?” – “Ah! Tens razão…mais uma vez…hehe…”. A minha “vozinha” só não me ajuda nas provas, no resto é um providencial anjo da guarda. –“Obrigadinho ó amiga da onça!”.

Vamos então falar do essencial e deixemos o marginal (por agora). Aconteceram várias situações, que me vão obrigar a recordar este evento para todo o sempre. Senão vejamos. Desportivamente, no cômputo das três etapas, o “espécie de orientista” alcançou uma performance muito acima das expectativas. Então aquela corrida “cansada”, mas tão atinada, pelos pastos da coudelaria, vai ficar inesquecível. Tenho sérias dúvidas, que nos tempos mais próximos, milagroso facto volte a acontecer. Nunca se sabe…sonhemos...

No sábado, após a etapa da Lameira, tive o privilégio de estar presente no lançamento do livro “Crónicas do NAOM”, da autoria do meu estimado amigo Joaquim Margarido, com o patrocínio do GD4C. Mais uma extraordinária pedrada no charco da nossa modalidade. Felizmente ainda há quem acredite em sonhos (eu sou o melhor exemplo, um dia destes ainda bato o Albano, hehe).

Uma obra globalmente perfeita. As maravilhosas crónicas de Nisa e Castelo de Vide, rodeadas de excelentes fotografias, numa encadernação de qualidade e com uma cuidada composição, resultou num produto sério e apelativo, que poderá servir no futuro, como instrumento de promoção e divulgação da Orientação. Manifestamente um trabalho de eleição, que deve ser louvado.

Mas…há sempre um mas…no melhor pano cai a nódoa. A credibilidade do livro seria francamente superior, se numa qualquer foto aparecesse o “espécie de orientista”. Nem que fosse como figurante, tipo na sombra do Sousa ou da Hermínia, tal qual o “emplastro”. Apenas perdoo este lapso, pois nem toda a gente pode ser bafejada com o bom gosto. Para provar que não sou um tipo rancoroso, vou permitir que no próximo volume me coloquem na capa, não cobrando quaisquer direitos de imagem. Quem é amigo?

Claro, que quem assistiu à entrega de prémios do evento, devia estar desconfiado que houve algum “mexer de cordelinhos” nos bastidores, pois só assim se torna compreensível, a heróica e corajosa decisão tomada pelo GD4C, ao galardoar as crónicas da espécie de orientista. Terá sido para me compensar, por não ter sido contemplado com um merecido retrato? (os remorsos, não é?) Eu até sou senhor dum belo perfil fotogénico!

Não encontro palavras para vos transmitir o que senti, quando Fernando Costa chamou o “Espécie de Orientista”, para conjuntamente com o “Orientovar” do Margarido e o “Enviado Especial” do Albino e Diana, nos distinguirem pelas nossas crónicas na Internet (o “espécie” sendo tão palrador, bloqueou e perdeu o pio). Fiquei estupefacto e sensibilizado com a surpresa e só não chorei baba e ranho de emoção, porque não tinha lenços e seria inapropriado limpar-me às mangas.

Creiam, que foi uma atitude que me tocou profundamente, sobretudo porque nem em sonhos me passou pela mente, que os meus modestos relatos pudessem alguma vez atingir este patamar. O que me dá calafrios, é o facto deste vosso humilde escriba ter sido colocado ao lado de um verdadeiro escritor (sou fã incondicional das suas crónicas). Um, corre-lhe nas veias o dom da escrita, abordando temas sérios de forma igualmente séria e sentida. O outro escrevinha a brincar, de modo quase leviano e ingénuo, coisas também sérias, mas que lhe vão transbordando da alma.

A minha sincera gratidão ao GD4C pelo gesto, suponho não ser merecedor de tamanho reconhecimento público, mas estas atitudes funcionam como motivação para continuar por mais uns tempos, a massacrar-vos com as minhas lamúrias. Este glorioso momento vai ficar gravado no meu coração e, se mo permitirem…com uma pontinha de orgulho.

Apenas devo alertar para um pormenor. Não estejam à espera que vos diga, que este facto vem acarretar maior responsabilidade nas crónicas da espécie de orientista, porque isso é completamente impossível – “O “espécie” responsável? Não brinquem comigo! Se ele tivesse um pingo de vergonha, não se tinha levantado da cadeira”.

No entanto, surgiram umas más-línguas que me tentaram desestabilizar, ao minimizarem o significado do troféu. – “Já que não ganhas prémios nas provas, levas este para não desanimares”. Esta gente insensível não tem noção, que com afirmações venenosas desta natureza, me pode levar à depressão? Invejosos, eles queriam era um cavalinho igual ao meu, hehe.

Não nego que a distinção foi gratificante, só que a partir daquele momento, perdi o meu “anonimato”. Apesar de nunca ter usado um pseudónimo (quem conhecia o Luís Pereira?...poucos…mas bons, hehe), sempre julguei passar despercebido pelo facto de não pertencer a nenhum clube, o que me conferia um certo grau de isenção e até algum à vontade para proclamar umas atoardas, agora… 

Periodicidade Diária

domingo, 8 de dezembro de 2024 – 10:35:31

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