No primeiro estágio de observação da seleção nacional sub23 de BCR da temporada, em Braga, 15 atletas estiveram às ordens de Ricardo Vieira e Daniel Pereira. Após três dias de trabalho, Ricardo Vieirafaz um balanço positivo. “Sendo um estágio de observação e preparação para Participação Europeu SUB 23, o mesmo revestiu se de uma importância maior, precisávamos de perceber a nossa realidade atual e saber se conseguimos preparar para uma eventual participação. Saímos com a sensação de que temos muitos e bons valores, e muito jovens”, garante o selecionador nacional da categoria.
Apesar do fosso expectável entre os mais inexperientes e aqueles já com estatuto no BCR nacional, dada a “evolução em poucos treinos”, o técnico expressa a crença de que, “com o acompanhamento certo, capacitação dos treinadores dos clubes, intensidade e quantidade certa de treinos, todos podem melhorar”, sintetiza. Em sentido oposto, como nota menos positiva, Ricardo Vieira vinca a necessidade do ensino do jogo de forma estruturada. “A ausência da insistência nos fundamentos básicos e consequente inexistência assustam-me, pois já não deveria ser tempo de uma seleção se preocupar com isso”, referiu.
No horizonte próximo, cogita-se a possibilidade de participação – inédita – num Europeu da categoria, uma vez que o currículo do escalão sub23 se resume à presença em dois Jogos Paralímpicos Europeus da Juventude, em 2019 e 2022. “Espero que se venha a concretizar, não pela classificação ou resultados positivos, mas sim porque poderá ser uma forma de mudarmos o mindset dos miúdos. Também será um meio de alavancarmos os que ainda estão indecisos, sobre a continuidade na modalidade ou não, o que [caso não aconteça] pode levar a que alguns até venham a sair para outras modalidades”, alerta o treinador bracarense.
Por último, o selecionador nacional frisa igualmente a fonte motivacional que a ida a um Europeu representa, além dos benefícios do convívio entre os grandes. “Uma boa forma de construir algo novo será pela base. Creio que uma participação seria algo que iria impactar de forma positiva uma geração e uma preparação para vindouras, até porque só conseguiremos atingir novos patamares e melhores quando jogarmos com os melhores”, assinala.
Recorde-se que a seleção nacional sub23 obteve o bronze na última edição dos Jogos Paralímpicos Europeus da Juventude, no corrente ano, na Finlândia, num torneio que envolveu um total de cinco seleções. Nas fileiras da equipa nacional, constavam três atletas de 15 anos, bem como outros bem abaixo do limite etário, algo que abre portas a um crescimento a médio e longo prazo.