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24 horas de Vida, um flash de alegria e emoção
Foi ao fim da tarde (18:00hrs) do dia 30 de Dezembro de 2017 que decorreu a S.Silvestre Cidade do Porto Liberty Seguros.
Longe da sua 1ª edição, em 1994, com apenas 391 atletas a cortar a meta, esta, a 24ª edição teve 8255 chegados à meta e eu fui um deles, com o maior sorriso do mundo. É incrível o que me faz sorrir!
Esta prova, com um preço inicial de 1ª fase, de EUR 12,00, oferece-nos um ambiente absolutamente mágico pelas ruas do Porto, onde o público e a animação não faltam e sob as iluminações de Natal, corremos num percurso de sobe e desce durante 10 Km, completamente vedado ao trânsito, em absoluta segurança, com abastecimentos de água, quilómetros marcados e animação.
Partida por blocos. Chip incorporado no dorsal, controlo a meio da prova, possibilidade de acompanhar o atleta pelo serviço disponibilizado de Live Tracking, em que em casa, os familiares ou amigos poderiam fazer o acompanhamento em tempo real dos atletas, as classificações ficaram disponíveis rapidamente, envio de SMS para os atletas com o seu resultado pouco depois de terminarem a prova. Uma meta fabulosa, onde apesar da constante chegada dos atletas se corta a linha de chegada em passo de Corrida, tão vigoroso quanto as nossas pernas deixarem, a fazer-nos sentir uns autênticos campeões.
Foi também oferecida uma t-shirt técnica,simples e bonita e uma pulseira luminosa, excelente para quem treina à noite em meio urbano e é muito importante ser visível para os automobilistas.
Guarda roupa disponiblizado. Água e uma medalha lindíssima no final, que se poderia gravar com o tempo feito, para além de produtos dos patricinadores como iogurte e pacotes de natas.
E quando já só nos falta correr cerca de 1 km e pensamos já ter visto tudo e concluir que a prova está muito bem organizada e é excelente, entramos no Túnel de Ceuta, coisa ali pelo Km 9 e aí...meu deus, o coração dispara, o asfalto descendente convida a acelerar ao ritmo da música dos Xutos & Pontapés, "...E vou correndo! Já não demora! E vou correndo p'ra ti..." e emoções crescem no peito e assomam à garganta e quando tentas trautear a canção, há um nó na garganta que entretanto se formou e quase te faz chorar e a tua voz não sai. E ali, nesse instante, olhamos bem para dentro de nós, e inexplicavelmente vamos buscar forças ali, bem dentro de nós, onde nem sabíamos que existiam (ou sabemos mas por vezes esquecemos), e corremos com mais força, e sorrimos, e seguimos para a meta, com o coração cheio, a transbordar de felicidade.
A prova tinha ainda uma Caminhada de 5 Km e a recolha de bens alimentares para quem quisesse contribuir para a Legião da Boa Vontade e ajudar os mais necessitados.
Prémios monetários por escalões, exactamente equiparados entre os dois sexos.
Por tudo isto, pela 24ª edição desta prova, pela excelente organização e por tudo que proporcionou a cerca de 14.000 pessoas, muitos Parabéns Runporto!
Que venham as Bodas de Prata para o ano, que se eu puder, lá estarei de novo!
A minha S.Silvestre Cidade do Porto
Depois das festas, cortei com a já quase rotina natalícia, entre família, comidinhas boas, doces e fritos e presenteei-me com esta prova, num salto fugaz ao Porto, que me durou precisamente 24 horas. 24 horas magníficas a marcar a minha vida.
Saímos de casa sábado de manhã para irmos almoçar ao Porto. De seguida, foi preparar para ir levantar dorsais e equiparmo-nos para correr. O trajecto entre o hotel e a Loja do Munícipe junto à Partida (onde se levantavam os dorsais) foi feito a andar mas quase a correr. Um nervoso miudinho apoderou-se de mim e caminhava cada vez mais rápido, com o Fernando atrás a lastimar-se que não era preciso irmos tão depressa, mas eu não tinha feito 300 km de carro, para chegar fora de horas ao levantamento do dorsal e não conseguir correr!
Pelo caminho ainda deu para apreciar esta magnífica cidade! E até para algumas fotos!
Mas claro que chegámos a tempo. Havia alguma fila mas despachamo-nos muito rapidamente. Entrega de dorsais e kit de atleta num saquinho, com t-shirt técnica com o tamanho que pedimos, pulseira luminosa, um pacote de natas e panfletos.
Tempo para um café, conversa e mais fotos.E apreciar. Apreciar! Cada momento. Inalar esta cidade, este ambiente, absorver cada estímulo e deliciar-me no Porto. O Porto é uma cidade muito bonita! Degustei cada instante como degustei o café, com um prazer genuíno e autêntico.
Entretanto era hora de entregar a roupa que queríamos que nos guardassem, para vestirmos no final da Corrida, e alinharmos na linha de partida, no bloco "menos de 50" o que sabia não iria conseguir fazer, mas dentro desse bloco ficamos para o fim e lateralmente, pelo que não atrapalhei ninguém. O Fernando, como tinha estado doente dias antes, optou por me acompanhar, pois o seu nível é outro.De qualquer da formas, combinamos um ponto de encontro, caso por algum motivo nos separassemos durante a Corrida.
Os ponteiros do relógio da torre aproximavam-se das 18 horas, e entre a multidão e muita animação, o tiro é dado. Vamos ainda a caminhar até à linha de partida, onde se pode então começar a correr. Muita, muita gente. Vou calma, tenho de ir calma, são só 10 km mas por motivos (sim, motivos!) tenho de gerir o esforço e ir calma.
E então é como um mergulho na magia das ruas do Porto. Vai escurendo e as iluminações de Natal e o público dão agora luz à prova. Há algum desnível, mas lá vou mantendo o ritmo imposto (6 e picos o km), com o Fernando sempre junto de mim. Ora atrás, ora ao lado ora mesmo à frente, sem puxar, mas motivando-me para continuar. E eu continuei. Deslumbrada. Redescoberta da Corrida e do prazer de correr. Como a Vida, a Corrida redescobre-se, reinventa-se e tem tanto para nos dar, só temos de tentar, acreditar, resistir e lutar também.
E quase sem dar conta, dou por mim no km 9, o Túnel de Ceuta, que me ficará na memória para sempre. Ali, quase na meta, somos brindados com uma animação estrondosa. A música dos Xutos & Pontapés, as meninas a dançar, as personagens, os cartazes com mensagens motivadoras, a luz, tudo! Tudo absorvido com intensidade, processado e restituído ao exterior depois da viagem ao fundo da nossa alma, atravessando todos os recantos, iluminando-os e traduzindo-se numa força tamanha que nos impele para a frente com toda a força do mundo e que é a nossa afinal. Foram momentos absolutamente magníficos vividos naquele túnel, inesquecíveis para mim.
E com um nó na garganta, saio do túnel ainda com as palavras do Tim a ecoar na alma "Vou correndo..." e dali a nada estamos já nos Aliados, com a meta a poucos metros. Corto a meta junto com o Fernando, recebemos uma medalha muito bonita e tiram-nos uma foto (que ainda não descobri onde andará...). Depois, é alongar, ir buscar a roupa para vestirmos e regresso ao hotel em passo calmo agora.
Depois, é preciso recuperar energia, hidratar e continuar a degustar o Porto, as ruas, as pessoas, o ambiente, a comida, os sorrisos, a noite, sem frio, sem medo, apenas com serenidade e alegria.
E dali a nada é tempo de voltar. 24 horas se passaram e é preciso voltar. Clara e inequivocamente mais rica!
E daqui a um ano faz a S.Silvestre do Porto as Bodas de Prata e eu quero lá estar de novo!
Ana Pereira
https://mariasemfrionemcasa.
Organização: RUNPORTO
Corri os 10 Km da prova e fui a 4226ª classificada de um total de 8255 chegados à meta, com o tempo líquido de 1h02m10s, num ritmo médio de 6'13"/Km
Classificações no site da prova, a ver aqui
Os primeiros:
Masculinos:
1. Rui Pedro Silva (Sporting), 29m56s.
2. André Pereira (Benfica), 30m32s.
3. Daniel Gregório (Centro de Atletismo de Seia), 30m34s.
Femininos:
1. Salomé Rocha (Sporting), 34m35s.
2. Cristiana Valente (Recreio Desportivo de Águeda), 35m28s.
3. Vanessa Carvalho (Sporting de Braga), 35m47s.