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No passado dia 14 de Maio, a bordo de um “palco flutuante” com partida na Rocha Conde D’Óbidos e com uma excelente vista para Lisboa e Almada ao fim da tarde decorreu a apresentação da segunda edição da Regata de Portugal.
Tivemos um momento de conversa com o CEO da prova, Francisco Mello e Castro sobre a edição de 2019.
AMMA – Que grandes novidades têm para esta edição?
Francisco Mello e Castro – Das grandes novidades, o que entendemos é que devemos virar o evento mais para o rio Tejo. Para isso mesmo o que nós fizemos foi recuar as datas, deixando de fazer o evento em Outubro e passámos a fazer em final de Maio e princípio de Junho, a marcar o primeiro fim de semana de Junho. Esse é o nosso objectivo para futuro, vamos ver se conseguimos cumpri-lo, pois é sempre difícil conciliar as agendas todas. Em segundo lugar mudámos o horário, ou seja, deixámos de fazer um evento durante o dia e vamos fazer ao fim do dia e à noite, das 17h00 às 02h00, sendo no Domingo das 13h00 às 00h00, e trazer o espectáculo para o rio tendo um palco flutuante. É a primeira vez que vamos ter um palco flutuante no rio Tejo. Nesse palco vamos ter animação e vamos ter comentadores. Vamos ter caras conhecidas, pessoas a comentar a regata, a vela, o que está a acontecer e criar ligação com o público em terra. Focar as atenções para o rio Tejo. Isso vai acontecer diariamente entre as 17h00 e as 21h00 que é quando as regatas acontecem até ao sunset, até o Sol se pôr. Depois passamos para a parte da noite, em que temos um mega “Santódromo” com o bailarico, com nomes fortíssimos como a Ágata, a Mónica Sintra, o Toy, o Churrasquinho e o Iran Costa. O que queremos é continuar esta missão de democratizar a Regata de Portugal e democratizar a vela. Aproximar a vela de todos, muito mais cool, muito mais inclusiva e muito mais popular, esse é o grande objectivo.
AMMA – Porquê trocar o Match Race pelo Fleet Race e os catamarãs por trimarãs?
FMC – Isso foi também uma grande reflexão nossa no sentido de mais uma vez cumprir com a missão de democratizar a vela, porque a vela normalmente tende a ser complexa. O formato das regatas muitas vezes é complicado para explicar e quando se quer explicar a uma massa de 3, 4 ou 5 mil pessoas, nós temos que simplificar muito os formatos. Não quer dizer que do ponto de vista desportivo isto não seja interessante, mas continuámos a ter velejadores de todo o mundo a querer vir e a ficar na fila de espera porque não havia lugares, pois os lugares são limitados. Há oito lugares, há oito equipas e oito barcos na competição. Nessa parte estávamos com medo de ao simplificar perder o interesse desportivo mas não, continuou. Mudámos para o trimarã que é um barco mais ágil e mais rápido para regatas de curta manobra numa zona que é muito difícil com muitas correntes. Também mudámos o formato de ter mais equipas que barcos que também era confuso. Tínhamos por vezes na Gelpeixe quem estava a bordo era uma equipa que não era deles, então simplificámos isso e agora cada equipa tem a sua marca e é uma regata de corrida de frota que ao mesmo tempo há confusão, há barulho, há movimento e é mais fácil de compreender. Sabe-se quem vai em primeiro, sabe-se quem vai em último.
AMMA – O mudar para o fim do dia tem a ver com a animação e a parte cultural?
FMC – Tem a ver com isso e tem a ver com este moodque nós queremos trazer do sunset. Como nós temos dias muito mais compridos nesta altura do ano, faz muito mais sentido que isto seja encarado pelas pessoas por um espaço em que possam ir beber um copo a seguir ao trabalho. Isto é after-work, um ambiente para ficar para jantar, venham às 5, às 6 ou às 7h, à hora que quiserem e apanham um bocado das regatas, vêm a competição acontecer, bebem um copo que é um warm-uppara a parte da noite com o baile, os Santos Populares e com a animação toda.
AMMA – Os pilares do ano passado, como por exemplo a Gastronomia continuam?
FCM – Continuamos a gastronomia vincadamente com o Vitor Sobral, vamos anunciar muito em breve o restaurante Cais Tejo que é o projecto que fizemos no ano passado, e vai ser muito alusivo aos Santos Populares. Temos zonas de food-court, uma comida normal para uma oferta mais barata e depois temos o restaurante do Vitor Sobral com sardinha assada e febras na grelha, mas com a garantia de qualidade do Vitor Sobral. Portanto a Gastronomia continua, a sustentabilidade continua, estamos preocupados com a gestão de resíduos e temos a Sociedade Ponto Verde connosco, a Tabaqueira tem uma campanha pela cidade por causa das beatas e da sensibilização da questão da poluição dos oceanos. A música continua, não poderia deixar de ser também com os DJ’s, é música, é cultural e a vela que é o desporto e o foco disto tudo. Queremos continuar a apostar e a dizer que a vela consegue ser um projecto de massas e que a vela consegue trazer muita gente e consegue ser uma coisa coole divertida.
Neste evento foram apresentadas as marcas que pintam com as suas cores as velas dos trimarãs Diam 24 bem conhecidos no mundo da vela, como por exemplo na Volta à França à Vela em 2015. Foi feito também o sorteio dos veleiros por cada equipa encabeçada pelo seu skipper, com representantes das marcas e em conjunto com a directora desportiva e o presidente da Federação Portuguesa de Vela. Aqui também temos rostos portugueses como por exemplo Jorge Lima e Helder Basílio e também há skippers femininas na regata, esta modalidade não é só para homens. Da Holanda vem a Afrodite Zegers e de Espanha a Sofia Toro. As equipas são formadas por três velejadores já a contar como o skipper.
Os países representados na Regata de Portugal são: Portugal com duas equipas, de França vem uma equipa, uma oriunda da Suécia, uma da Austrália e duas vindas da Holanda.
As marcas que nesta edição deram cor aos veleiros são: Gelpeixe, Lusitânia Seguros, Nacional, Makro, Diário de Notícias, Rádio Comercial, Sapo e TVI. Repetentes em relação à edição anterior são a Gelpeixe, Lusitânia Seguros e Nacional.
Como padrinhos são os apresentadores e artistas, Ricardo Carriço, Isabel Silva, Fernando Alvim e Toy, que também vão ter a função de dinamizar o evento.
Serão quatro dias de muita animação, sendo que 30, 31 de Maio e 1 de Junho das 17h00 às 02h00, e no dia 2 de Junho das 13h00 às 24h00.
Aguardamos então pela invasão no Tejo pelos trimarãs Diam 24 com sensivelmente 7,25m de comprimento, 5,62 de largura, e o mastro de 11,5m de altura assim como o palco flutuante, o elo de ligação entre o que se passa no rio e o público na margem.
Texto e Fotos: Pedro MF Mestre
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