“CicloExpresso”: comboio de bicicletas promoveu mobilidade suave durante 17 semanas
O “CicloExpresso” - comboio de bicicletas para a Escola Básica António Matos Fortuna, em Quinta do Anjo, circulou pela última vez este ano letivo no dia 25 de junho. Todos os envolvidos neste projeto piloto fazem um balanço positivo das 17 semanas de circulação e não têm dúvidas de que as crianças, famílias e a comunidade estão já mais alerta para a importância da mobilidade suave.
A implementação do “CicloExpresso” no concelho de Palmela resultou da parceria entre o Município, a Cooperativa Bicicultura e a Escola. Com o mote “Eu vou para a escola de bicicleta, e tu?”, desafiou as/os alunas/os a, uma vez por semana, trocarem o carro pela bicicleta, fazendo um percurso de 6,3 quilómetros por estradas de terra batida e de alcatrão, entre Cabanas e a EB António Matos Fortuna, acompanhadas/os por maquinistas locais e da Bicicultura.
O projeto registou um total de 58 alunas/os inscritas/os e 14 maquinistas com formação. Na última circulação, participaram 37 crianças, acompanhadas por sete pais e cinco maquinistas. A maior circulação foi a de 19 de março, com 46 crianças e mais de uma dezena de adultos, entre pais e maquinistas.
«O Município, empenhado que está na promoção dos modos de mobilidade suave, regozija-se por, em boa hora, ter implementado este projeto, que superou as expetativas quanto o número de aderentes», refere a Vereadora do Ambiente, Mobilidade e Transportes, Fernanda Pésinho, que considera que este é «um projeto com alma grande». O “CicloExpresso” «não só capacita as crianças para o uso seguro da bicicleta em meio urbano, como sensibiliza para a importância do uso de modos de mobilidade suave, reforça os laços de companheirismo, solidariedade e espírito de equipa e contribui para a mitigação dos efeitos das alterações climáticas, alertando consciências para o importante papel que cada um tem, individual e coletivamente, na alteração comportamental e nos hábitos do dia-a-dia», destaca.
Ao longo do dia, as/os alunas/os pintaram uma ciclovia simbólica em frente à entrada da Escola, ação que pretendeu «marcar uma posição clara: a estrada deve ser partilhada e, nessa partilha, o respeito pelos modos de mobilidade suave, entre eles a bicicleta, deve ser garantido por todos», alerta a Vereadora.
«No fundo, representa a luta das crianças pela conquista do seu espaço. Pretendemos sensibilizar todos os intervenientes neste processo de que precisamos de ter espaço para circular e que a via pública tem que estar adaptada às crianças e à circulação segura», explica a Coordenadora da Escola, sobre esta ação simbólica. Sónia Durão também está bastante satisfeita com os resultados deste projeto piloto. «A adesão foi boa, houve uma grande aceitação por parte das famílias e um impacto muito positivo na entrada da escola. Conseguimos pôr as crianças a pensar sobre as questões da sustentabilidade e da mobilidade ativa, que é importantíssima para a sua saúde e até para a capacidade de aprendizagem, pois quando chegam à escola já estão mais despertos e tranquilos para aprender», refere.
Proteger o ambiente, conviver e fazer exercício físico
Para as crianças e para as/os maquinistas, participar no comboio de bicicletas só tem vantagens, porque não só estão a proteger o ambiente, como a conviver e a fazer exercício físico logo pela manhã.
«Gosto de andar no comboio de bicicletas porque não poluímos o ambiente e estou com os meus amigos», diz Madalena, de 10 anos. Para Rodrigo, de 10 anos, ir para a escola no comboio de bicicletas é importante porque faz exercício físico logo de manhã e depois já está «pronto para trabalhar».
Rita Queiroga, residente em Quinta do Anjo, é maquinista e chegou a este projeto pela ligação que já tinha à Bicicultura. «Tem sido um prazer participar semanalmente desde o início», confessa. Na sua opinião, «a formação de comboio é fundamental para dar a sensação de segurança, para que os condutores de veículos se habituem à presença da bicicleta na estrada e as crianças se habituem a estar na estrada». A voluntária acredita que esta é «uma iniciativa fundamental para a autonomização das crianças, fazendo exercício físico e começando o dia na sala de aulas já com o corpo ativado».