Marcos Caldeira
Marcos André Fernandes Caldeira, nasceu em Oeiras a 27/02/88. Reside em Tires, no concelho de Cascais. É estudante do 3º ano do Curso de Ciências do Desporto na Faculdade de Motricidade Humana.
Do 5º ao 12º ano frequentou a Escola Salesiana de Manique, onde em 1998 iniciou a prática do atletismo e onde permaneceu até 2005, altura em que se transferiu para o S.L. Benfica, clube que representa actualmente.
Até 2005 conseguiu várias vitórias a nível nacional, mas foi em Julho de 2005 que atingiu o ponto mais alto ao ganhar a medalha de Ouro no Salto em Comprimento, no Festival Olímpico da Juventude Europeia, em Itália, com a marca de 7,38m, sendo ainda record nacional de Juvenis.
Um mês antes, em Junho de 2005 tinha sido medalha de Prata nos 1os Jogos da Juventude Ásia-Europa, na Tailândia.
Em 2006 ganha duas medalhas de Ouro na Taça dos Clubes Campeões Europeus em Juniores, onde foi considerado o melhor atleta dos Europeus.
Em 2007 bate o record nacional de Juniores em Pista Coberta, no Salto em Comprimento com a marca de 7,58m.
E nesse mesmo ano, em Julho, é medalha de Bronze, no Salto em Comprimento, nos Campeonatos Europeus de Juniores, na Holanda.
No ano de 2009 foi medalha de Prata no Salto em Comprimento e medalha de Bronze no Triplo Salto, nos II Jogos da Lusofonia.
Já no decorrer deste ano, além dos títulos de campeão de Sub-23 e também de Portugal de Pista Coberta no Salto em Comprimento e no Triplo Salto, integrou a estafeta de 4x200m que bateu o record nacional de Sub-23.
- Lembra-se como e quando deu os primeiros passos no atletismo?
Sim. Foi quando entrei para o 5º ano na Escola Salesiana de Manique, em Setembro de 1998. A minha professora de Ed. Física achava que eu tinha jeito e disse-me para ir experimentar, gostei e fiquei.
- E, quando é que começou a treinar os saltos horizontais?
Eu sempre treinei saltos horizontais, assim como treinava também outras disciplinas. Só a partir do escalão de Juvenil comecei a dedicar-me quase exclusivamente aos saltos horizontais.
- Qual foi a primeira prova que ganhou?
A primeira prova que ganhei foi uma prova de Salto em Altura em Sala, pouco tempo depois de ter começado a praticar atletismo.
- Quando criança, o que queria ser quando fosse grande?
Curiosamente nunca pensei muito nisso nem manifestava qualquer preferência. Só mais tarde depois de alguns anos de prática de atletismo comecei a querer qualquer coisa que se relacionasse com desporto.
- Desportivamente falando, se não fosse saltador, qual seria a sua opção?
Se não fosse saltador, talvez tivesse sido futebolista, pois também cheguei a ser convidado para a equipa de futebol do desporto escolar lá da escola, mesmo na altura em que já praticava atletismo.
- Como é ser saltador num pais “de fundistas”? Na sua opinião, os êxitos alcançados por Naide Gomes e Nelson Évora têm contribuído para a mudança deste epíteto?
É bom, porque nos últimos anos temos assistido a uma mudança e os saltos têm ganho uma maior importância. É claro que os êxitos dos grandes saltadores portugueses como a Naide e o Nelson, que ganharam medalhas nas grandes competições, o que há uns anos atrás ninguém acreditaria ser possível, têm contribuído para essa mudança.
- Você ainda é bastante jovem. Para si, quais são os/as jovens portugueses/as com maior futuro, neste sector dos saltos horizontais?
É difícil indicar nomes de jovens, porque felizmente tem havido um enorme crescimento no sector de saltos e existem alguns jovens com valor a despontar.
- Que características considera indispensáveis para se estar entre os saltadores da “alta roda” mundial?
A principal característica e ser muito forte psicologicamente e lidar bem com a pressão e acima de tudo acreditar sempre em si próprio, nas suas capacidades.
- Qual o seu maior feito desportivo, até ao momento?
Para mim são dois. A medalha de ouro no Salto em Comprimento no Festival Olímpico da Juventude Europeia em 2005, com a marca de 7,38m que é record nacional de Juvenis, e a medalha de bronze também no Salto em Comprimento nos Campeonatos da Europa de Juniores em 2007.
- E a sua maior “desilusão”?
O não apuramento para a final do Salto em Comprimento nos Campeonatos do Mundo de Juvenis em 2005, por apenas 2cm.
- É profissional de atletismo ou exerce outra profissão?
Na realidade sou estudante do 3º ano do Curso de Ciências do Desporto na Faculdade de Motricidade Humana, embora este ano tenha feito uma pausa nos estudos para me dedicar mais ao atletismo.
- Durante o Inverno, liderou os rankings nacionais, no Comprimento e no Triplo. O que espera desta época desportiva? E do seu futuro enquanto atleta?
Nesta época desportiva espero ter uma boa prestação nos Campeonatos Iberoamericanos no início de Junho e conseguir mínimos para estar nos Campeonatos da Europa em Barcelona no final de Julho. No futuro espero ir o mais longe possível que será representar Portugal nos vários campeonatos da Europa e do mundo e estar no maior palco de todos que são os Jogos Olímpicos.
- No desporto, qual é o seu maior ídolo? E na vida? Porquê?
No desporto o meu maior ídolo sempre foi o Carl Lewis. Na vida os meus ídolos são a minha família porque sempre me apoiou e contribuiu para os meus êxitos até agora.
- Por ser atleta, tem que se privar de algumas coisas de que gosta?
Sim. Não posso sair à noite com os amigos, pois as horas de descanso são fundamentais, e a nível da alimentação, também não posso comer tudo aquilo que às vezes me apetece.
- Como é que consegue conciliar as vertentes familiar, profissional, social e desportiva, no seu dia-a-dia?
É difícil conciliar pois a vertente desportiva ocupa a maior parte do tempo, sobretudo em altura de competições que ocupa todos os fins de semana, e por isso sobra pouco tempo para dedicar à família, ao estudos, e por isso eu ter feito uma pausa este ano, e até aos amigos.
- O que gosta de fazer nos seus tempos livres?
Como tenho de ter em atenção as horas de descanso, ocupo os meus tempos livres essencialmente a jogar PC, ver televisão e quando possível estar com os amigos.
- Indique-nos um disco, um livro e um filme que façam parte das suas preferências?
Em termos musicais não tenho preferência apenas por um cantor ou grupo, gosto de vários tipos de música. Nos filmes gostei particularmente de “XXX – Missão Radical” e “60 segundos”. Nos livros também não tenho uma preferência específica.
- Como perspectiva o seu futuro, depois da prática do atletismo?
Espero exercer uma profissão dentro da área dos estudos que estou a fazer, mas também gostava de puder continuar dedicado à modalidade, talvez exercendo as funções de treinador.
- Que mensagem quer deixar, a quem lê esta entrevista?
Que acreditem sempre nos seus sonhos, mas que tenham em atenção que sem esforço nada se consegue.