Com os seus 4592 metros de perímetro a cada volta e 15 curvas, o Autódromo Internacional do Algarve divide-se em duas zonas totalmente distintas no que diz respeito ao accionamento dos travões nas motos de MotoGP, as únicas em todos o motociclismo que utilizam o carbono como matéria-prima para a construção de discos e pastilhas de travagem por força das suas superiores capacidades e eficácia em temperaturas bastante elevadas que chegam a rondar os 800 graus Celsius.
De acordo com os técnicos da Brembo, empresa que fornece o sistema de travagem a todas as motos da grelha de MotoGP, as constantes subidas e descidas do traçado tornam mais complicada aos pilotos a tarefa de calibrar a travagem, correndo o risco de falhar nas zonas de descida ou travar cedo demais quando nas zonas ascendentes. Por isso torna-se necessário escolher a melhor opção em termos de pinças de travagem e depois ajustar de acordo com o desejo individual de cada piloto.
Igualmente de acordo com os dados recolhidos pela casa italiana, 31% do período que demora a completar uma volta é feito em travagem e numa escala de 1 a 6 o Autódromo Internacional do Algarve é considerado um nível 3 (Intermédio) no que diz respeito há exigência de travagem.
A curva mais exigente para o sistema de travagem é a primeira, graças aos 969 metros de recta que a antecedem. No final de uma travagem que dura quatro segundos os pilotos de MotoGP reduzem a sua velocidade de 330 quilómetros por hora para 123 em apenas 243 metros. Para o conseguirem exercem uma força de 7 quilos sobre a manete de travão e a pressão do fluido de travagem no interior do sistema atinge os 14.9 bar. Exigentes são igualmente as curvas 3 e 5, destacando-se a cinco onde a velocidade inicial é de 254km/h e a entrada em curva é feita a 70km/h depois de cinco segundos de travagem.
Podemos assim dizer que o primeiro terço do Autódromo Internacional do Algarve é aquele onde a travagem impera, nos restantes a técnica e velocidade prevalecem…e ajudam a um bom resultado no final das 25 voltas de corrida.