“Uma das derrotas mais difíceis de sempre”
Yolanda Hopkins encerrou hoje a sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris com o 9º lugar, ao perder na terceira ronda da competição, em Teahupoo, Taiti, frente à costa-riquenha Brisa Hennessy com um score de 9.90 contra 12.34.
A surfista portuguesa não escondeu a desilusão pela derrota e assumiu que suportou mal o desfecho desta bateria, que analisa friamente:
“Sabia que não ia ser um heat fácil com a Brisa. Tinha um plano e ia tentar dar o meu máximo desde o início. Comecei logo com um 6 e um backup de 3, num total que me garantia a passagem em quase todos os heats desta ronda. Infelizmente, cometi um erro ou dois na minha estratégia, mas em retrospetiva é sempre fácil dizer o que podia ter feito de maneira diferente. Na onda em que a Brisa fez os 7 pontos, estava à espera de uma maior, e se tivesse remado para não a deixar ir, tinha ganho. Mas o facto é que a onda não parecia assim tão boa e ela teve a sorte de fazer um tubo.”
Yolanda concluiu: “Tive uma boa ‘performance’ com aquela que foi, se calhar, a melhor manobra do campeonato [o 6.33 com que abriu a bateria], mas não consegui o ‘backup’. Foi uma das derrotas mais difíceis de sempre e demorei duas horas para conseguir falar. Acredito nas minhas capacidades, e tive a sorte de ter a prova adiada por uns dias depois de ter sofrido uma contusão na cabeça, mas esgotei a minha sorte.”
O Selecionador Nacional David Raimundo, que esteve no canal a apoiar Yolanda Hopkins, considerou: “Chega ao fim mais um sonho olímpico aqui no Taiti. Ficamos com um sabor agridoce, pois vínhamos com expectativas de um bom resultado, e olhando para o que fizemos até aqui, tenho de estar orgulhoso destas duas meninas. Acabam por ser eliminadas por pequenos erros de prioridade, em que deixaram as adversárias apanhar ondas quando estavam no controlo do heat. Erros que custam caro numa onda difícil, desafiante, perigosa, que requer muita experiência. Fecha-se mais um ciclo olímpico e agora vamos ter tempo para pensar no futuro.”
João Aranha, chefe de missão adjunto e presidente da Federação Portuguesa de Surf também acompanhou “in loco” as prestações de Teresa Bonvalot e Yolanda Hopkins e considera-as motivo de orgulho:
“Não podemos estar mais orgulhosos destas duas atletas. Recordo, em duas edições consecutivas são as mesmas duas atletas que participam nos Jogos, é algo que deve ser valorizado. Ambas surfam mais do que estes resultados refletem, mas cometeram dois pequenos erros e, a este nível, esses erros condenaram-nas. Foi uma participação notável e conseguimos representar Portugal pela segunda vez nuns Jogos Olímpicos. Esse é o maior prémio.”