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A Luta Galhofa pode não ser conhecida por muitos, mas faz parte da cultura portuguesa. Ela ainda é anterior à formação de Portugal como nação.
Esta arte marcial Calaica (também chamada Galaica) praticada em Trás-os-Montes, tendo em Bragança o nome de Galhofa e no Alto Tâmega e Barroso a designação de Luta, tem a sua origem Celta. Naquela altura houve uma fusão entre Celtas e Iberos passando a chamar-se o povo Celtibero. Este povo estava dividido em tribos sendo que os Lusitanos eram os mais conhecidos, ficando a Lusitânia entre o rio Douro e o Tejo.
Um dos seus mais famosos chefes foi Viriato (um pastor de gado por profissão) que acabou por ficar muito conhecido até aos nossos dias pela sua bravura e as vitórias sobre os Romanos.
Este tipo de luta transitou até aos descendentes dos Lusitanos, o povo português. Crê-se que teve uma variante própria na zona da margem sudeste do rio Douro e em várias localidades e povoações a Sul do rio Douro. Todos estes lugares pertenceram à Lusitânia. A tradição do estilo da Luta Galhofa terá sido perdida nessas zonas por vários factores ao longo dos tempos.
Já no século XXI surge a uma Associação lúdico-desportiva com a finalidade de dar um novo folego à luta tradicional lusitana, mais concretamente a Maluta, ou Gauruni na sua língua original. Esta é uma arte “irmã” da Luta Galhofa transmontana, e com semelhanças a outras lutas tradicionais celtas e europeias.
Da Luta Galhofa não se sabe em concreto a data do seu surgimento, mas estima-se ter mais de 2000 anos (tempo dos Celtas e Iberos), sendo os Lusitanos que lhes deram mais uso. A prática da modalidade era uma forma de medir forças para saber quem era o mais forte do clã.
Durante alguns tempos ela manteve-se nas aldeias transmontanas, e era associada à passagem dos homens de adolescentes para adultos.
Contudo o passar dos tempos também teve o efeito inverso em outras localidades, deixando de se praticar, ficando somente como demonstração em dias festivos por três localidades do concelho de Bragança.
A luta em si era praticada em currais com a cobertura de palha fresca, descalços, em tronco nu pois não podiam agarrar na roupa de cima, somente puxar pelas calças, estas eram feitas de um material robusto o borel ou algum material semelhante, em que estas calças castanhas por vezes rasgavam ficando exposto o corpo dos lutadores.
O objectivo era derrubar o adversário de forma a que ele tocasse com as costas no chão e quem derrubasse era considerado vencedor. Não havia socos nem pontapés, mas sim agarrar o adversário e fazê-lo cair de costas. Uma espécie de Wrestling Transmontano. Uma particularidade que a Luta Galhofa tem é que antes de iniciar e no final, os praticantes dão um abraço, prevalecendo a amizade durante e após a prática.
A técnica tinha no seu nome original “Manha” e a Luta também se chamava de “Porrada”. Não tinha o objectivo do combate, treino de guerra, mas sim para medir forças entre homens e rapazes da aldeia, era um jogo cultural. O medir forças consistia na conjugação entre a “Manha” e a força física, o que não significa que o vencedor tivesse mais força física que o seu adversário, mas sim a junção das duas. O nome Galhofa tem a ver com a luta estar inserida num contexto de festa, alegria e brincadeira, uma autêntica galhofa…
As mulheres e crianças não estavam permitidos a assistir, era um exclusivo para os homens. No final comemorava-se com uma bela refeição confecionada pelos rapazes com as iguarias tradicionais em que participavam os mordomos e homens daquela região. Para terminar os festejos faziam o baile da rosca que para além da confraternização era destacado o vendedor da luta.
Com o fim de não se perder esta luta tradicional, que está a ser transformada em modalidade desportiva estando sobre a égide da Federação Portuguesa de Lutas Amadoras (FPLA). Esse caminho tem sido longo, os trilhos por vezes não são fáceis de percorrer e com os recursos limitados, estando esse trabalho a ser feito desde 2008, entrando a APS (Associação Portuguesa O Samurai) em 2009 para ajudar a traçar o bom caminho, o sonho veio a concretizar-se em 2016, em que a Federação reconhece a Luta Galhofa como modalidade desportiva. Para além do reconhecimento da FPLA (que tem um carinho muito especial pela disciplina), actualmente já é oficialmente uma modalidade desportiva reconhecida por todas as entidades.
Aqui entra uma nova vida para a modalidade, a componente desportiva e a componente cultural. A cultural não tem grandes alterações no seu caminho, tende-se sim preservar e divulgar de modo a que não desapareça.
Quanto à nova componente desportiva há alterações. Existe equipamento definido, está aberta a todas as faixas etárias e as mulheres podem praticar.
Houve adaptações, em vez da palha dos currais, temos os tradicionais tatamis das artes marciais, o tronco dos atletas deixa de ser despido e já é coberto com uma licra para permitir que as mulheres também pratiquem, as calças são de material leve, robusto e confortável, o caso da sarja. Há graduações através de uma faixa à cintura em que o branco é utilizado para os iniciantes, o amarelo para os intermédios, o castanho para os avançados e o preto para os instrutores. Tem escalões de idades e de pesos. Há eliminatórias, equipa de arbitragem, entre outros factores que levam a este tipo de luta, uma actividade desportiva aberta a todos.
A essência da Luta Galhofa é residente, contudo tem contornos desportivos.
Em 2018 houve a primeira prova oficial de Luta Galhofa pela FPLA, e o ano de 2019 correu da mesma forma. Nesta segunda prova oficial, decidiu-se também trazer ao público a modalidade tradicional sobre a palha.
Nesta última competição os atletas da APS participaram com o grupo masculino e feminino tendo como campeão o João Silva, que ganhou o cinturão no formato tradicional, com 70Kg.
Absoluto Exclusivo só Masculinos
70Kg - João Silva da APS (Chaves)
78Kg - João Pereira da APS (Chaves)
76kg - Telmo Marinho (Boticas)
74 kg - Luís Reis da APS (Chaves)
106kg - Carlos Resende do CAMME (Ermesinde)
Assim há mais uma garantia para a continuidade desta arte milenar, não correndo tanto o risco de desaparecer assim como aconteceu com outras Artes Marciais.
Esta dinâmica vem de um grupo de pessoas tais como o Mestre Vitor Gomes, da Associação Portuguesa O Samurai, que para além da Luta Galhofa ensina outras disciplinas, o Mestre João Varela que também tem o seu clube em Alijó e o presidente da Federação Portuguesa de Lutas Amadoras Pedro Silva, que tentam divulgar em Portugal e no estrangeiro esta forma de luta.
Uma vitória já alcançada é o Instituto Politécnico de Bragança ter a Luta Galhofa como disciplina curricular no curso de Ciências do Desporto, pelas mãos do professor José Bragada.
Vamos ficar a conhecê-la melhor à conversa com o Mestre Vitor Gomes.
AMMA: Como e onde descobriu a Luta Galhofa?
Vitor Gomes: Bem, eu descobri a Luta Galhofa em pequeno, mas sem ter muito conhecimento do que era realmente, porque na altura praticava Karate Shotokan e para mim Luta era dar murros ou ponta pés. Vivia numa aldeia do concelho de Chaves e nessa região a Luta Tradicional é conhecida como Luta e eu com os meus 8 anos quando ouvia comentar que iam andar à Luta pensava que iam andar à porrada. Eu e um amigo meu fomos espreitar e vimos dois senhores agarrados a lutarem em cima da palha num curral mas eu não lhe dei muita atenção, pois para mim não estavam a lutar a sério.
AMMA: Sabemos que tem um percurso nas Artes Marciais. Conte-nos um pouco mais sobre ele.
VG: Desde miúdo me fascinou o mundo das Artes Marciais. Via os filmes dos artistas marciais e imaginava ser um deles, depois comecei a praticar aos 8 anos Karate Shotokan, onde estive até o cinturão verde. Depois resolvi experimentar outros estilos e modalidades, como Karate Goju Ryu, Kung Fu e voltei ao Shotokan até chegar a negro. Continuei a treinar outras modalidades, como Kickboxing, Ju-Jitsu, Pankration, Luta Olímpica e entre outras. Tive interesse em conhecer vários estilos de luta, onde vim a descobrir que Portugal também teve Guerreiros e lutas com as nossas origens, como é o caso das Lutas dos Templários, verdadeiros guerreiros, comparados aos samurais, a diferença é que eles eram ocidentais. Tivemos Templários Portugueses, a Esgrima Lusitana e Luta Galhofa, que já vem do tempo dos Lusitanos, que para além de serem um povo guerreiro eram muito estratega, nunca foram vencidos pelos Romanos, sempre comandados por Viriato. Consta-se que também tinham uma bebida, que podemos comparar à famosa banda desenhada de Astérix & Obélix a poção mágica, isso aconteceu não em França mas sim em Portugal, tinham uma bebida que era feita com cogumelos venenosos, onde as propriedades alucinogénias faziam dos bravos guerreiros ainda mais bravos e invencíveis. O meu percurso neste tipo de desporto fez despertar curiosidade em conhecer o que é nosso e aprender, investigar e compreender algo onde até eu desde pequeno tinha crescido a ver e a extinguir essa tradição. Por esse motivo quis recuperar algo que era tão nosso.
AMMA: Quando termina a luta, na vertente tradicional o vencedor retira o cordão ao seu oponente. Que simbolismo tem esse acto?
VG: Em algumas localidades o vencedor usava um cordão ou cinto de pano à cintura, que simbolizava o campeão e se em determinada altura essa pessoa perdesse, era retirado esse cinto e o novo vencedor mostrava-o com orgulho e era ele que o colocava à cintura, até que outra pessoa lho tirasse, quase como se de um título de campeão e de um cinturão se tratasse, como acontece nos dias de hoje, em algumas modalidades.
AMMA: Como foi o passar da Luta tradicional para a Luta desportiva? Que desafios vos trouxe? Quem fez parte do Grupo de trabalho e que curiosidades têm sobre este passo importante para a modalidade?
VG: Foi um trabalho que durou anos. Surgiu em 2008 e já em 2016 eu e os meus atletas federados na FPLA e a preparar a transição da modalidade para a federação em questão e extinguir a FPLGDI Federação Portuguesa de Luta Galhofa e Desportos Interculturais – O Guerreiro Lusitano. Finalmente em 2017 já na Federação Portuguesa de Lutas Amadoras, tratou se de organizar provas oficiais, onde foi realizada a 1ª em Boticas em 2018, onde já era modalidade desportiva. Tivemos um grande desafio em preservar algo que é nosso, mas até lá é continuar a lutar para que não fique esquecida esta arte milenar. Por esse motivo, em 2019 a prova desportiva da Luta Galhofa, foi realizada com a componente desportiva e também a desportiva mas tradicional, mantendo as regras antigas, as quais interditavam a presença de mulheres e crianças, não havia categorias de peso (ou seja, era absoluto) e os homens lutavam em cima da palha e pelo titulo de campeão, recebendo um cinturão o vencedor, mantendo o tradicional em tempos modernos. Sinto-me lisonjeado pelo facto desse título ter ficado na APS através do brilhante desempenho do meu aluno João Silva , o qual competiu com adversários com peso superior ao seu. Este projecto envolveu várias pessoas, inicialmente o professor José Bragada, eu e os meus atletas, Mestre Rui Vilaranda, juntou-se também o Mestre Carlos Mendes, depois uns foram saindo mas outros entraram no projecto, Mestre João Varela, Mestre José Varela, Presidente da FPLA Pedro Silva, Vice Presidente FPLA Rui Marta e muitos mais da FPLA e da APS. Do que se conseguiu nunca poderia ter conseguido sem o apoio da minha família, atletas e amigos, pois eles sempre me apoiaram. Os meus atletas e os respectivos pais, foram fundamentais para que a Luta Galhofa, seja hoje em dia uma modalidade desportiva e federada.
AMMA: Agora uma pergunta atrevida: de qual gosta mais, da tradicional ou da desportiva?
VG: Gosto de ambas, são similares. A desportiva foi todo um recto transformar algo cultural em modalidade desportiva e que pudesse ser praticado para todas as faixas etárias e também para mulheres, mas o bichinho do tradicional e de algo como era feito como antigamente, não tem explicação. Por este motivo resolvi não deixar perder a verdadeira essência da nossa cultura, não só através de demonstrações mas também através de competições. Como já referi, em 2019 foi realizada a 1º prova tradicional reportando ao antigamente mas adaptada aos tempos modernos. Não foi realizada num curral, mas sim num pavilhão e o vencedor teve direito a um cinturão, em vez do tradicional cordel ou cinto de pano e creio que assim podemos conservar algo antigo, quase na sua essência, tal como outras lutas tradicionais que existem por todo o mundo e que continuam a ser realizadas como era antigamente.
AMMA: Como tem sido a adesão das mulheres à Luta Galhofa? Ainda existe o preconceito que é uma prática exclusiva de homens?
VG: Tem sido boa. Aliás, elas tem demonstrado muita curiosidade em conhecer e praticar algo que outrora lhes era expressamente proibido.
AMMA: O facto de o Instituto Politécnico de Bragança já ter a Luta Galhofa inserida no curso de Ciências do Desporto, é uma vitória vossa? De quem partiu a iniciativa?
VG: O Professor José Bragada, inseriu e bem desde 2008 a Galhofa no IPB, como é docente no Politécnico e tentou preservar as raízes do Nordeste Transmontano, a Galhofa. Pena que não estão federados, mas o Professor José Bragada, inicialmente ainda fez parte do projecto, mas depois alegou não ter muito tempo disponível e só dava a parte tradicional do nordeste transmontana, a Galhofa, que era realizada nas aldeias de Bragança. No entanto, é de lamentar o facto do professor José Bragada não dar relevância também ás restantes localidades transmontanas.
AMMA: Sabemos que também estão a levar ao estrangeiro esta luta. Como tem sido a adesão lá fora? São convidados pelas organizações dos eventos, ou como tem surgido essa dinâmica?
VG: Pelo que soubemos a Luta Galhofa, as primeiras vezes que foi praticada noutros países foi há mais de 50 anos. Era praticada na época de guerra do ultramar, onde alguns soldados transmontanos levaram para os países africanos (entre outros) as técnicas da luta tradicional portuguesa, o que muito nos honra, pois eles foram os pioneiros. Tivemos também conhecimento de um senhor que vive nos Estados Unidos da América o qual, diz ter feito fortuna com a Luta Tradicional Portuguesa. Saiu de Chaves e a única forma de luta que conhecia era a Luta em cima da palha e, segundo ele, nunca foi vencido por outros oponentes. Nos dias de hoje, estamos a dar a conhecer esta modalidade e as pessoas mostram bastante curiosidade em querer conhecer, mas praticar, lá fora ainda não, mas acreditamos que dentro de uns anos haja locais onde se possa praticar uma modalidade com mais de 2000 anos e tipicamente portuguesa.
AMMA: No estrangeiro têm contacto com Federações e Associações que pratiquem este tipo de luta?
VG: Lutas similares, que também são tradicionais e celtas, mas a nossa Luta ainda não.
AMMA: Como é a vossa relação com a Federação e o IPDJ?
VG: A relação com a FPLA é boa. Aliás eu sou o responsável das lutas tradicionais na FPLA, e eles também pretendem dar a conhecer esta modalidade que está inserida nesta federação e que é única e é portuguesa. O único senão, são os poucos apoios que temos de ambas as entidades.
AMMA: Têm tido apoios? De que entidades?
VG: Poucos. Na maioria das vezes fazemo-lo por amor á camisola e com investimento próprio para se conseguir concretizar alguma coisa. Alguns patrocínios por parte de particulares, juntas de freguesia e pelo município de Chaves, mas mesmo assim representam uma gota no oceano perto daquilo que seria espectável e necessário.
AMMA: Quais são as principais dificuldades que encontram no vosso dia-a-dia?
VG: Apoios não só financeiros, como também físicos. Ambicionamos há já muito tempo por um espaço próprio com condições para ensinar jovens e menos jovens e até muitas vezes resgatá-los de caminhos desviantes.
AMMA: Como Mestre de Artes Marciais e também da Luta Galhofa, como é para si ensinar desde crianças a adultos? Que diferenças e desafios lhe são colocados por cada grupo de idades?
VG: É gratificante ver os pequenos a evoluírem, a terem mais responsabilidades e a aprenderem valores e o significado de respeito e humildade. Nos adultos também, mas de uma maneira diferente e muitas vezes aprendo com eles, tanto com as crianças como com os adultos, pois na vida a aprendizagem e o ensinamento devem ser mútuos.
AMMA: Quanto tempo dedica ao estudo, prática e ensino das Artes Marciais por semana?
VG: Ao estudo cada momento livre é aproveitado, a prática e ensino são só 6 horas semanais. É pouco tempo, mas é o que me resta tento em conta a minha actividade laboral e familiar.
AMMA: A Luta Galhofa, foi uma aprendizagem do estilo da luta, o estudo através de livros, como foi essa aventura? Foi um trabalho em grupo ou também teve muito trabalho sozinho?
VG: Um pouco de tudo. Os meus pais são do distrito de Bragança e em pequeno sempre vivi as festividades do Nordeste transmontano. Vivo em Chaves na Região do Alto Tâmega, a minha esposa é de Barroso, por isso a minha família e amigos estão nesta região. Falei com pessoas de mais idade que chegaram a praticar e a contar histórias, eu próprio cheguei a constatar que só passados estes anos é que vim a compreender algo que na altura para mim não fazia muito sentido. Quando fiz o curso de Treinador de Lutas Amadoras, vi que muitas técnicas da Luta Olímpica e Greco-Romana eram muito similares e até adaptáveis para a Luta Galhofa. Falei com historiadores, antropólogos e o mais importante foi mesmo as pessoas no terreno e o trabalho foi feito muitas vezes em grupo e muitas vezes sozinho, cheio de trilhos, mas que felizmente começa a dar frutos.
AMMA: Já tiveram algum reconhecimento importante a nível nacional e internacional?
VG: Sim. A nível internacional saímos por duas vezes numa revista de artes marciais mundialmente conhecida – a Cinturão Negro. Fomos também convidados pelo canal História para fazer uma reportagem sobre a Luta Galhofa e recebemos alguns louvores por parte da Original European Ju Jitsu /Ju Jutsu Union. A nível nacional a FPLA tem demonstrado reconhecimento por esta modalidade, só é de lamentar que a nível local isso não aconteça, mas como se costuma dizer: santos da casa não fazem milagres. Um exemplo da falta de reconhecimento desta cidade pela APS, é a realização da Gala do Desporto, a qual já se realiza há seis anos e nunca nos convidaram a participar. Para além de organizarmos as provas de Luta Galhofa e outras de interesse nacional e internacional, algumas das quais foram transmitidas na televisão, temos também um dos nossos alunos que foi apurado campeão nacional não só na Luta Galhofa, como também noutras modalidades. Este atleta teve oportunidades de participar no mundial, mas tivemos de abdicar das mesmas por falta de apoios. Tivemos também outro atleta que participou numa das modalidades da federação na respectiva selecção, eu próprio no ano passado também estive na selecção como treinador/massoteraputa em outra das modalidades da FPLA e mesmo assim parece sermos invisíveis. Isso, de certa forma, é desmotivante mas ao mesmo tempo dá-nos mais força para continuar-mos na nossa luta, pois temos um objectivo primordial que é preservar as nossas tradições e fazermos soar mais alto o nome desta associação e desta cidade e somos reconhecidos por quem realmente nos dá valor.
O sonho deste grupo de dinamizadores é que a Luta Galhofa possa ser um dia considerada Património Imaterial da Humanidade, à semelhança do Fado, o Cante Alentejano e mais recentemente os Caretos.
Texto: Pedro MF Mestre
Fotos: Arquivo da Associação Portuguesa O Samurai