Alexandre Pinto, o jovem promissor português de 26 anos no desporto motorizado, possui um palmarés bastante significativo. Neste momento, a menos de um mês de começarem os “Jogos Olímpicos” do Todo-o-Terreno, Alexandre Pinto e o seu navegador estão focados em repetir o resultado mais alto do pódio tal como este ano sendo sagrados campeões. Alexandre Pinto recentemente conquistou o título de se Campeão do Mundo de Rally Raid SSV (W2RC), a primeira vez que um piloto português consegue ser Campeão do Mundo Mundo de Rally Raid SSV (W2RC), o primeiro piloto português a conquistar um título de Todo-o-Terreno pela FIA (Federação Internacional do Automóvel) nesta disciplina.

Mais recentemente sagrou-se Campeão do Mundo de Rally Raid SSV (W2RC), o primeiro piloto português a conquistar um título de Todo-o-Terreno pela FIA. Temos mais dois pilotos portugueses a partilhar o título de Campeões do Mundo da FIA, António Félix da Costa (Fórmula E) e Martim Marques (Karting Rotax).

Palmarés de Alexandre Pinto:

-  Campeão do Mundo W2RC 2025 – Na categoria SSV,

- Primeiro piloto português campeão mundial em TT – Marco histórico para Portugal no Rally-Raid.

- Equipa: Old Friends Rally – Estrutura com a qual competiu em 2025.

- Rallye du Maroc 2025 – Apesar do abandono por problemas mecânicos, já tinha garantido o título.

- bp Ultimate Rally Raid Portugal – Uma das provas decisivas onde demonstrou grande consistência.

- Objetivo Dakar 2026 – Próximo desafio declarado após o título mundial.

O seu navegador, também um jovem de 20 anos, Bernardo Oliveira, campeão vão alinhar na partida do Dakar Rally, no início de Janeiro.

AMMA: Alexandre, em que fase da sua vida inicia os desportos motorizados?

Alexandre Pinto: Tudo começou em 2020. Fazia umas corridas esporádicas. Nunca na dimensão do que fiz este ano.

AMMA: Qual foi a sua modalidade preferida?

AP: Não posso dizer que tenha uma modalidade preferida porque só competi na disciplina de SSV e algumas vezes em T3 , em Portugal, na Challenger, ambas muito idênticas, mas admiro muito a Ultimate. Em termos de competições gosto muito de Bajas e Rally Raid.

AMMA: Tinha ideia que um dia aos 26 anos teria o palmarés que possui hoje?

AP: Não, não fazia a mínima ideia. Iniciei-me no desporto motorizado em 2020, portanto há relativamente pouco tempo. Na altura fiz umas corridas esporádicas nada a nível tão profissional como agora. Ao longo do tempo e num passado muito próximo fui acreditando que seria possivel, mas nunca diria que teria chegado onde cheguei hoje.

AMMA: “Ter sorte dá muito trabalho”. Em que parte ela se encaixa melhor tanto na sua sua prestação em prova como na sua equipa e equipamento?

AP: Sem duvida que é uma expressão verdadeira e que se encaixa muito no que eu faço. Não basta só participar nas corridas e ser rápido. Há muito trabalho por trás. Há uma preparação física diária, temos de nos privar de certas situações. É fundamental adotar uma rotina de atleta, o que nem sempre é facil. Dentro da equipa todos os elementos têm de estar alinhados: mecânico, team manager, piloto, navegador, etc. todos temos de estar focados e nada pode falhar. Eu e o Bernardo precisamos de muita preparação física, mas também psicológica. São muitas horas a treinar. É preciso um enorme investimento a todos os níveis. A sorte dá mesmo muito trabalho. Fazer o Dakar que fizemos e conseguir conquistar com o título de campeões do mundo de Rally Raid em SSV, foi fruto de muita dedicação, foco e trabalho. São dias contínuos a trabalhar para uma prova e no final deu frutos.

AMMA: Qual é a sua prova preferida, pelo facto de ser a mais exigente?

AP: A prova que vou indicar não tem grande termo de comparação porque é totalmente diferente das outras, é o Dakar, sem qualquer dúvida, pelo nível de exigência que tem e por toda a preparação e gestão que necessita feita. O Dakar é uma prova muito complexa, mas que me agrada bastante.

AMMA: Acha que o Dakar, também conhecido pelos “Jogos Olímpicos” do Todo-o-Terreno para além da dureza em si, o deserto também lhe inspira paz, nem que seja à noite ao descansar?

AP: Sim o deserto é inspirador. À noite muitas vezes estamos no bivouac a ouvir o barulho dos motores, não é a altura ideal, mas em algumas etapas, quando vamos a conduzir por vezes é possível contemplar as paisagens, embora saibamos que estamos a ser postos à prova, que é necessária prudência, mas também rapidez e foco. O deserto transmite no fundo um misto de emoções. 

AMMA: Consigo no terreno tem o Bernardo Oliveira que orienta a rota para obter melhor classificação em cada etapa. Como é a vossa cumplicidade entre piloto e navegador?

AP: Eu e o Bernardo temos uma ótima relação. Respeitamo-nos mutuamente e confiamos um no outro. Creio que esta é a chave para o sucesso.

AMMA: De todas as provas em que já participou, sem ser o Dakar, qual gostava de repetir, e porquê?

AP: Gostaria de as repetir todas e na realidade sei que o irei fazer, mas se tiver de destacar uma, destaco a prova da África do Sul, por ser única. Gostaria de tentar lá um bom resultado, porque na edição deste ano tivemos alguns problemas que nos atrasaram.

AMMA: Os nossos leitores são transversais às idades, diria como na gíria “dos 8 aos 80”. O que gostava de dizer em primeiro lugar aos jovens que estão indecisos em entrar na modalidade. De seguida dirigida aos pais, se como devem acompanhar o desenvolvimento dos seus filhos na modalidade de forma saudável com a menor exposição do risco.

AP: A mensagem que quero deixar aqui aos jovens que queiram começar na modalidade e que estejam indecisos é que se tiverem a possibilidade, corram atrás, foquem -se, experimentem, façam tudo com muito amor e dedicação, porque os resultados aparecem. Se fizermos tudo com muito amor os resultados vão aparecer à nossa medida.

Para os pais, quero apenas dizer que aos carros são muito seguros. Claro que é sempre um desporto radical, mas a realidade é que os carros são muito seguros, os pais não precisam de ter esse receio constante. É importante que apoiem os mais novos e que se lancem neste mundo que é muito interessante.

Texto: Pedro MF Mestre

Fotos: DR