Aos 28 anos, Rui Santos é já um dos mais experientes jogadores da Selecção Nacional. Depois de ter vencido a Liga Europeia 2010 e, na época de 2010/2011, se ter sagrado campeão nacional, o central vai disputar a sua quarta Liga Mundial e mostra-se optimista.
“Está-se a fazer um excelente trabalho: a renovação da selecção é benéfica porque vemos aqui jovens com capacidade e com futuro no Voleibol. Neste grupo, já sou dos mais velhos e vejo uma selecção que vai demorar a ter resultados, como é óbvio, mas que é promissora.
O seleccionador [ Flavio Gulinelli] está a fazer um bom trabalho e esperamos que os resultados apareçam o mais depressa possível.
Era uma renovação já prevista e necessária. O grupo de trabalho era forte, muito unido, com jogadores que já andavam aqui há muitos anos. E quem compete há muitos anos sabe que não é fácil, por causa da família e do facto de muitos jogarem em clubes estrangeiros.
Apesar de a Selecção Nacional ser como uma família, a idade passa e são muitos verões passados ao serviço da selecção, sempre em estágios e treinos, pelo que a reciclagem da equipa era previsível”.
Que conselhos é possível dar a jogadores que nunca disputaram uma Liga Mundial?
“Tem de haver paciência e muito trabalho. Não se pode esperar grandes resultados agora, porque é uma junção de alguns factores, de jogadores que têm um grande potencial, mas que são novos nestas andanças...
As viagens, o facto de defrontarmos os melhores jogadores do mundo, tudo pesa e é difícil, mas considero que a curto, médio prazo vai começar a falar-se cada vez mais destes jovens jogadores”.
Nessa evolução, os jogadores mais experientes vão desempenhar um papel importante...
“Neste grupo, há três, quatro jogadores que estão já a desempenhar um papel importante na adaptação dos mais novos a uma realidade que lhes era desconhecida. Creio que esse papel está a ser bem feito, mostrando aos mais novos como se deve fazer, não só em treinos, mas igualmente nos tempos de repouso, no pós-treino, na viagem, na análise do jogo, etc., e acho que isso é muito importante. Nós estamos cá para isso, para ajudar e para competir”.
Portugal vai defrontar a Bulgária, a Argentina e a Alemanha na Poule D da Liga Mundial 2012.
“Temos um grupo muito complicado. São três grandes selecções. Acho que o primeiro jogo [com a Alemanha] vai ser muito difícil porque apresenta o impacto da entrada na competição.
O início de uma competição é sempre difícil, ainda por cima na Liga Mundial, mas nós não nos podemos deixar intimidar com isso. Devemos procurar dar o nosso melhor e mostrar que somos capazes de discutir o jogo com essas selecções.
Não será nada fácil, porque os nossos adversários têm nas suas equipas grandes jogadores, com experiência de muitos anos neste tipo de competições, mas o outsider também pode fazer alguma surpresa.
Apesar de o nosso objectivo principal ser a qualificação para o Campeonato da Europa, uma competição que só será disputada em Setembro, creio que mesmo a nível táctico e técnico estamos a trabalhar bem e que estamos prontos para competir e fazer alguns bons jogos. O nosso objectivo é alcançar algumas vitórias já na Liga Mundial”.
A Selecção Nacional termina hoje o estágio que está a efectuar na Bélgica, onde disputou três jogos amigáveis – com resultados de 0-3, 3-2 e 0-3, respectivamente – com a selecção representativa daquele país.
Da Bélgica, a comitiva portuguesa seguirá directamente, amanhã, para Frankfurt, na Alemanha, cidade que acolherá o 1.º Torneio da Fase Intercontinental da Liga Mundial 2012